quarta-feira, 23 de outubro de 2013

DISTÚRBIOS RENAIS E URINÁRIOS:
Assistência de enfermagem.
Colocar o paciente em repouso em posição confortável, verificar sinais vitais, priorizando P A e T,avaliar e comunicar sinais de edema, aguardar a avaliação e a prescrição medica e reavaliar rigorosamente os procedimento.
Distúrbios gastrintestinais:

Colocar o paciente preferencialmente sentado, caso precise deitá-lo manter a cabeça lateralizada de forma a evitar a respiração do vomito, manter junto ao paciente um recipiente que possa vomitar verificar e comunicar qualidade, cor e odor do vomito, sempre que possível, manter algum familiar junto ao paciente medir e comunicar PA, FC, e FR, atentando para sinais de choque hipovolêmicos, PA estável ou baixando, pulso rápido e fino, taquipneia, instalar acesso venoso, colocar SF09% ate a prescrição medica.
Assistência de enfermagem:
Distúrbios cardiológicos e vasculares.
Atentar o relato do inicio dos sinais e sintomas. Colocar o paciente confortável e em repouso, mantendo a cabeceira da maca elevada, instalar monitor cardíaco, oximento ou multiparamentros, logo que passível. Instalar cateter nasal ou mascara de oxigênio, se permitindo pela rotina, medir sinais vitais, priorizar P A e P verificar e comunicar a quaidade do pulso; pulso fraco, pulso arrítmico. Instalar um acesso venoso, mantendo heparenzado ou instalando um SF 09% ate a prescrição medica, providenciar material de desfibrilação e intubação, se for o caso
Paciente que chega à emergência.
Manter o paciente sentado ou na maca com a cabeça elevada, medir e comunicar a P A, manter monetarização rigorosa, medir a freqüência e verificar a qualidade do P, comunicar.
Cuidados imediatos:

Colocar o paciente em repouso absoluto no leito, mantendo o membro inferior elevado, evitar manipulação e massagem no local afetado, pelo risco de desprendimento do coagulo. Monitor o edema, a dor e a inflamação, comunicando aumento de qualquer uma das manifestações, verificarem sinais vitais e comunicar principalmente alterações de movimentos respiratórios.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

semiologia

         Semiologia:

         Inspeção: a inspeção do abdome inclui a observação de uma superfície quanto: a forma ao contorno, assimetria, a característica da pele e à ocorrência de movimentos visíveis na parede.

         Semiotécnica: a observação deve ser iniciada com a enfermeira posicionada em pé e a direita do paciente. Entretanto, para melhor visualização do contorno da parede abdominal, bem como na procura por peristase visível, a enfermeira poderá sentar-se ou abaixar-se de maneira que consiga perceber a tangencial idade da parede.

         Contorno: o abdome pode apresentar-se plano, arredondado, protuberante, escavado e ascitico.

         Forma: pode também, estar marcada pela presença de saliências ou de profusões localizadas que, além de alterar a assimetria pode sugerir a existência de massas erniações ou visceromegalias. Ao observá-las, a enfermeira deverá descrevê-las, indicando as respectivas localizações.

         Cicatriz umbilical: normalmente está localizada na linha média e é invertida, podendo apresentar-se plana, e vertida ou com sinais de inflamação ou hérnia.

         A pele da parede abdominal deve ser observada quanto a: integridade e a presença de cicatrizes, as quais devem ser descritas em relação a localização e as características, assim como outras marcas anormais como manchas, trajetos venosos dilatados e estrias.


         Os movimentos na parede abdominal devido aos peristaltismos, às vezes são observados em pessoas muito magras. As pulsações da aorta também podem ser visíveis em pessoas magras, em região epigástrica, sendo consideradas normais.

         Ausculta: avaliação dos ruídos intestinais ocorre em conseqüência dos movimentos peristálticos e do deslocamento de ar e líquidos ao longo dos intestinos, constitui a principal finalidade da ausculta abdominal. Utilizando um estetoscópio com o diafragma previamente aquecido, a enfermeira deve iniciar a ausculta abdominal pelo quadrante inferior direito, aplicando leve pressão e identificando a presença e a qualidade dos ruídos intestinais. Podem ser necessários até cinco minutos de ausculta continua antes que se possa determinar a ausência de ruídos hidroaéreos. Quando for difícil de ausculta-los a enfermeira deve prosseguir sistematicamente repetindo a ausculta por 2 a 5 minutos em cada um dos demais quadrantes abdominais.

Avaliar freqüência e intensidade dos ruídos hidroaéreos.

         Os sons tipo gargarejo ou borbulhar são característicos em uma freqüência irregular que pode variar em cinco e trinta e cinco por minutos, dependendo da fase de digestão em que se encontra o paciente.

A intensidade é descrita em geral, em termos de ruídos hipoativos ou hiperativos.



Percussão:

         Percussão direta: é realizada utilizando uma das mãos ou os dedos, a fim de estimular diretamente a parede abdominal por tapas.

         Percussão indireta: utilizando o plexímetro e o plexor. Inicia-se levemente a percussão no quadrante inferior direito prosseguindo-se pelos demais quadrantes no sentido horário, até percorrer toda área abdominal.

Em geral, predomina os sons timpânicos definidos como sons claros e de timbre baixo, semelhantes a batida de um tambor devido ao conteúdo de gás das vísceras ocas do trato gastro-intestinal. Esses são encontrados sobre o estomago vazio e sobre os intestinos.

Maciez ou sub maciez, sons breves, com timbre alto, são percebidos sobre órgãos sólidos como o fígado, o baço ou sobre vísceras preenchidas por líquidos ou fezes.

Ao percutir um paciente com abdome distendido, que apresenta hipertimpanismo sifuso, deve-se ter em mente a possibilidade de uma obstrução intestinal.

         Palpação abdominal é realizada por meio da palpação superficial e profunda que auxiliam na determinação do tamanho, forma, posição e sensibilidade da maioria dos órgãos abdominais alem da identificação de massas e acumulo de fluidos. Os quadrantes devem ser palpados em sentido horário reservando-se para o final do exame aquelas áreas previamente mencionados como dolorosas ou sensíveis.


         A palpação superficial é iniciada mantendo-se os dedos de uma das mãos estendidos, fechados entre si, e com a palma da mão e o antebraço em plano horizontal, pressiona-se de forma delicada a superfície abdominal, aproximadamente 1 cm, com movimentos suaves, evitando-se golpes súbitos. Assim, além de contribuir para o relaxamento do paciente, a enfermeira vai determinando as condições gerais da parede abdominal, identificando grosseiramente massas ou órgãos superfícies, áreas de sensibilidade dolorosa, alem de reconhecer a contratura muscular reflexa.


         A palpação profunda é usada para delimitar mais precisamente os órgãos abdominais e detectar massas menos evidentes. Com o paciente respirando pela boca, a parede abdominal é deprimida em profundidade a cada expiração, procurando-se perceber, com maior pressão dos dedos, tamanho, forma, consistência, localização, sensibilidade, mobilidade e palpações de órgãos ou massas.



Procedimentos especiais


Avaliação da dor abdominal, sugestiva de irritação peritoneal, a pesquisa do sinal de descompressão brusca dolorosa é de grande valor.

Durante a palpação superficial e profunda, for detectada alguma área de sensibilidade dolorosa, o teste deve ser feito. Assim, evitando as áreas mais dolorosas, aplica-se com os dedos uma compressão lenta e profunda no abdome para, então, subitamente suspender a mão, soltando a parede abdominal. Observando as reações do paciente, pede-se, também, que compare a intensidade de dor sentida durante a compressão com aquela sentida na descompressão. A descompressão brusca pode ser acompanhada de dor intensa e aguda, descrita como lancinante ou em facada, sendo devida ao rebote das estruturas internas contra um peritôneo inflamado, causando por apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite, diverticulite ou lesão peritoneal.

A descompressão brusca dolorosa, quando ocorre no ponto de Mc Burney (ponto médio entre a cicatriz umbilical e crista ilíaca direita), é conhecida como sinal de McBurney e indicativo de apendicite aguda.

         Sinal de Rosving é identificado pela palpação profunda e continua do quadrante inferior esquerdo que produz dor intensa no quadrante inferior direito, mais especificamente, na fossa ilíaca direita, sinal esse também sugestivo de apendicite aguda.

         Sinal de Murphy deve ser pesquisado quando a dor ou a sensibilidade no quadrante superior direito sugerirem colecistite. Ao comprimir o ponto cístico, solicita-se ao paciente que inspire profundamente. A resposta de dor intensa no ponto pressionado e a interrupção súbita da inspiração caracterizam o sinal de Murphy, indicativo de colecistite aguda.

         Sinal de Jobert é encontrado quando a percussão da linha axilar média sobre a área hepática produz sons timpânicos ao invés de maciços, indicando ar livre na cavidade abdominal por perfuração de víscera oca.


Fígado pode ser palpado por meio de duas técnicas.

Primeira  técnica bimanual, exige palpação com uma das mãos e pressão em sentido contraria com a outra mão. É realizado com o examinador posicionado à direita do paciente com a mão esquerda sob o tórax posterior direito, na altura da 11ª e 12ª costelas. A mão direita é colocada sobre o abdome, com os dedos estendidos apontados para a cabeça e com as pontas dos dedos tocando a linha média clavicular, logo abaixo do rebordo costal direito. A mão direita exerce compressão para dentro e para frente, enquanto a mão esquerda pressiona o tórax posterior para cima e o paciente inspira profundamente, deslocando o fígado para baixo, tentando-se sentir sua borda. Um fígado normal será indolor e deverá ter uma borda fina, cortante ou romba, firme, macia e lisa.

Segunda – enfermeiro se posiciona próximo ao tórax superior direito do paciente, voltado na direção de seus pés, palpando o abdome na linha do rebordo costal direito com os dedos das duas mãos curvados. Solicita-lhe que inspire profundamente, ao mesmo tempo em que pressiona a parede abdominal para dentro e para cima. Se o fígado for palpável, sua borda poderá ser sentida pelas pontas dos dedos, à medida que desliza para dentro do abdome durante a inspiração.


         Ascite: corresponde ao acumulo de fluidos na cavidade peritoneal, em geral devido à doença hepática avançada, insuficiência cardíaca, pancreatite ou câncer, determinando um abdome proeminente com aumento na circunferência abdominal e submacicez à percussão dos flancos.

Confirmar com duas teorias:

         Percussão do abdome com o cliente em decúbito lateral, pode-se perceber a diferença entre o som timpânico e maciço, devido ao deslocamento gravitacional do conteúdo liquido para a parte mais baixa da cavidade peritoneal, em relação ao conteúdo de gás do cólon, que permanece na mais alta. Assim devem predominar os sons maciços no lado do abdome em contato com a superfície da cama, enquanto o som timpânico é encontrado no lado oposto.

A outra técnica exige que uma terceira pessoa, ou pelo menos o próprio paciente, coloque a borda lateral externa das mãos sobre a linha média do abdome, exercendo pressão moderada, porém firme. A enfermeira aplica golpes rápidos com a ponta dos dedos de uma mão sobre um dos flancos, enquanto com a outra mão espalmada sobre o flanco oposto palpa o impulso da onda liquida assim transmitido.


Planejamento do exame físico do abdome


         Preparando o ambiente – o ideal seria uma sala de consultório, com iluminação adequada, que seja ventilada e garanta a privacidade do cliente, devendo evitar corrente de ar durante o exame. Na ausência desta sala, o exame pode ser realizado no leito, tendo o cuidado de utilizar um biombo de proteção.


         Preparo do material – a enfermeira deve ter a sua disposição materiais como balança antropométrica, estetoscópio, régua milimetrada (20 cm), fita métrica, caneta marcadora, travesseiro pequeno, relógio com marcador de segundos e luvas para procedimentos, se necessário.

         Preparo do cliente – é necessário que o cliente esteja com a bexiga vazia. A posição mais adequada é o decúbito dorsal, tendo os braços estendidos ao longo do corpo. Um travesseiro pequeno deve ser colocado sob a cabeça e outro sob os joelhos. Toda área abdominal deve ser exposta, poupando-se os genitais. Para completar o exame, a região posterior do abdome também deve ser examinada, principalmente quando se pretende avaliar órgãos retroperitoneais como os rins. Para tal solicita-se ao cliente para que se sente no leito ou na mesa de exame.

Compete ao enfermeiro dialogar com o cliente, proporcionando-lhe condições para que se sinta confortável e, com isso, mais relaxado para o exame. Alem disso, que tenha unhas aparadas e as mãos aquecidas. Preocupando-se em aquecer, também o diafragma do estetoscópio.


Sinal de Giordano
          É pesquisado durante o exame físico através da Manobra de Giordano. A manobra é realizada com o paciente sentado e inclinado para frente. Consiste na súbita percussão, com a borda ulnar da mão, na região lombar do paciente, mais especificamente, na altura da loja renal. Se a manobra evidenciar sinal de dor no paciente, o sinal de Giordano é positivo, o que indica grande probabilidade doença renal.

Sinal de Jobert

         O desaparecimento da macicez hepática e a presença de timpanismo caracterizam-se o Sinal de Jobert, encontrado nos pneumoperitônios (perfuração de víscera oca). Imagem radiológica abaixo mostra um caso de Pneumoperitônio a direita. Observe a presença de diferença na região do diafragma direito em relação a esquerda.

Sinal de Rovsing
         É um sinal médico de apendicite. Se a palpação do quadrante inferior esquerdo do abdômen do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, diz-se que o paciente é positivo para o sinal de Rovsing.Essa palpação é realizada procurando-se "ordenhar" o intestino grosso, a partir do sigmóide, retrogradamente, em direção ao cólon descendente, transverso e finalmente ascendente, onde o acúmulo de gases e/ou fezes gera a dor pois é aí que se encontra o apêndice.
Qual a técnica semiológica??
Com o paciente em decúbito dorsal, é realizada uma compressão no ponto de McBurney, seguida de uma descompressão súbita, que será referida pelo paciente como dor ou piora da dor quando o sinal estiver presente. 

Qual seu significado??
O sinal de Blumberg é um dos sinais clássicos da Medicina, e sua presença representaInflamação peritoneal, e é muito sugestivo do diagnóstico de Apendicite, apesar de não ser patognomônico desta condição.

Sinal do psoas
         Paciente colocado em decúbito lateral esquerdo, com a coxa direita fletida, refere dor em quadrante inferior direito do abdome quando a mesma é estendida. (FIGURA ESQUERDA).A figura da direita evidencia a base anatômica do processo:o apêndice inflamado está localizado em posição retroperitoneal em contato com músculo psoas,que é estendido durante a a manobra.]

Ponto de McBurne
          É um ponto situado entre o umbigo e a espinha ilíaca ântero-superior. Quando o apêndice está inflamado(apendicite), pode ser percebida uma sensibilidade no quadrante inferior direito, no ponto de McBurney.No caso de inflamação do órgão, quase sempre é indicada uma apendicectomia. Isso porque o apêndice é um órgão vestigial(portanto sem utilidade, embora algum estudo mostre funções especificas para ela), podendo ser removido sem maiores prejuízos. Sua localização (quanto à primeira porção do intestino grosso) pode ser pré-cecal, paracecal ou retrocecal. O procedimento de acesso, além da clássica incisão no ponto de McBurney em diagonal seguindo o trajeto muscular, ou na horizontal seguindo as linhas de força da pele (incisão de Rookie-Davis), pode também ser executado por laparotomia, principalmente quando se suspeita de problemas em órgãos próximos. O apêndice vermiforme é irrigado pela artéria apendicular(que deriva na maioria das vezes da artéria ileocólica), a qual precisa ser ligada na cirurgia.com o paciente em decúbito dorsal,o examinador flexiona a coxa direita do paciente com o joelho fletido e rota o membro inferior externa e internamente,sendo positivo quando ocorrer dor hipogástrica durante a manobra.A flexão da coxa é essencial para obter-se o relaxamento do músculo psoas direito.A imagem de cima mostra a base anatômica do sinal:o apêndice inflamado está em contato com o músculo obturador interno que é tracionado durante esta manobra.A figura de baixo executa o sinal.

Sinal do piparote ou Sinal de onda líquida
          É um sinal médico indicativo de ascite. Um impulso percebido através da transmissão pelo líquido acumulado, através de uma percussão em um dos flancos. Para realizar o procedimento pede-se para o paciente (ou outra pessoa) colocar a mão na linha mediana do abdômen (apoiar com certa firmeza - não apoiando a palma, mas sim a lateral da mão esticada na linha médiana) e então se realiza a percussão em um dos lados do abdômen. Observa-se se há transmissão de onda de líquido para o lado oposto do abdômen. Caso haja proseguimento da onda para o lado oposto do abdômen o sinal é considerado positivo.

 Sinal de Grey-Turner
         Refere a equimoses nos flancos. Este sinal leva 24-48 horas para aparecer e prediz um ataque severo de pancreatite aguda, com taxa de mortalidade crescendo de 8-10% para 40%. Pode ser acompanhado pelo sinal de Cullen.Está também associado a pancreatites necrohemorrágicas.O sinal recebe o nome em homenagem ao cirurgião britânico Dr. George Grey Turner.

Sinal de Cullen
         É um sinal médico que é caracterizado equimoses azuis-pretas na região periumbilical devido à hemorragia retroperitoneal, associada principalmente à ruptura de gravidez ectópica, mas também eventualmente presente na pancreatite aguda.Na pancreatite aguda, este sinal leva 24-48 horas para aparecer e prediz um ataque severo da inflamação, com taxa de mortalidade crescendo de 8-10% para 40%. Pode ser acompanhado pelo Sinal de Grey-Turner (equimoses nos flancos).O sinal foi descrito pelo obstetra Dr. Thomas. S. Cullen (1869-1953) em 1916.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

banho no leito

BANHO NO LEITO
Realizando práticas de higiene
Tipos:
            1º Aspersão - banho de chuveiro; 2- Imersão - banho na banheira; 3- Ablução - jogando pequenas porções de água sobre o corpo; 4- No leito - usado para pacientes acamados em repouso absoluto.
             Banho no leito É a higienização total ou parcial do corpo executada em pacientes acamados, impossibilitados de saírem do leito. Para a remoção de sujidade e odores, estimulação da circulação, remoção de células mortas e microorganismos, proporcionando conforto e bem-estar.
            Um banho completo no leito limpa a pele, estimula a circulação, proporciona um exercício leve e promove conforto. O banho possibilita ao enfermeiro avaliar a condição da pele, a mobilidade articular e a força muscular. O banho pode ser completo ou parcial.
            Finalidade do banho no leito é a limpeza da pele onde estimula a circulação para proporcionar um conforto físico e mental e o relaxamento da musculatura. Um banho Aliviar a sensação de fadiga e desconforto da posição permanente e da umidade produzida pelo calor.
Material necessário:
            Jarro com água morna. Balde, bacia, sabonete ou sabão liquida desodorante (opcional) Roupa limpa de cama, toalha de banho, hamper, biombo, material para higiene oral; cuba rim forrada com papel, Talco ou creme; pente; comadre ou papagaio, saboneteira ou cuba rim; luvas de procedimento,.
Técnica para o banho no leito
            Lavar as mãos, explicar o procedimento e finalidade ao paciente, fechar as portas e janelas, proteger com biombo a unidade, desocupar a mesadecabeceira; reunir o material e colocálo sobre a mesadecabeceira; calçar luvas de procedimento; oferecer a comadre ao paciente; desprender a roupa de cama; colocar a roupa dobrada e na ordem em que vai ser usada, sobre o espaldar da cadeira aos pés da cama; fazer a higiene oral do paciente;
            Higiene oral: Escova de dente; dentifrício; copo descartável com água; toalha de rosto; cuba-rim; espátula; canudo s/n; lubrificante labial (vaselina); anti-séptico oral (Cepacol); luva de procedimento; gaze. Caso não tenha escova, utilizar uma espátula enrolada com gaze. Procedimento (paciente com pouca limitação) em posição de Fowler e com a cabeça lateralizada; proteger o tórax com a toalha de rosto; colocar a cuba-rim sob a bochecha; solicitar para que abra a boca ou abri-la com auxílio da espátula; utilizar a escova com movimentos da raiz em direção à extremidade dos dentes. Fazer cerca de 6 a 10 movimentos em cada superfície dental, com pressão constante da escova; repetir esse movimento na superfície vestibular e lingual, tracionando a língua com espátula protegida com gaze, s/n; oferecer copo com água para enxaguar a boca; utilizar canudo s/n.Procedimento (paciente com prótese). Solicitar que retire a prótese ou fazer por ele, utilizando a gaze; Colocá-la na cuba rim; escovar a gengiva, palato e língua, se o paciente não puder fazê-lo; oferecê-la para que o paciente coloque-a ainda molhada.
            Molhar a luva de banho; lavar os olhos, limpando do canto interno para o externo, usando uma parte diferente do pano de banho para cada olho;ensaboar a luva de banho; lavar, enxaguar e enxugar o rosto, pescoço e orelhas;remover a camisola ou a camisa do pijama, mantendo o tórax protegido com o lençol; colocar a toalha sob o braço mais distante de você; lavar e enxaguar o braço com movimentos colocar a mão do paciente na bacia, lavar e enxugar; repetir a mesma seqüência para o outro braço e mão; colocar a toalha sobre o tórax e abdome do paciente, afastando o lençol até o púbis; erguer a toalha com uma das mãos e com a outra lavar e enxaguar o tórax e abdome com movimentos circulares;enxugar a parte limpa e observar as condições da pele e mamas;cobrir com lençol o tórax e abdome, retirando a toalha; retirar a calça do pijama; colocar a toalha sob a perna mais distante de você; lavar e enxaguar a perna com movimentos longos e firmes do tornozelo à raiz da coxa; enxaguar a perna e a coxa; repetir a mesma seqüência para a outra perna; colocar a toalha dobrada sob os pés do paciente; aproximar dos pés do paciente a bacia e cuba rim com sabonete;colocar um dos pés na bacia;lavar, enxaguar e enxugar o pé, principalmente nos espaços interdigitais, observando condições das unhas e interdígitos; repetir a mesma seqüência para o outro pé; Retirar a bacia e cuba rim da cama; virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob suas costas e nádegas, mantendoo nesta posição, se necessário, com auxílio de outra pessoa; lavar, enxaguar e massagear as costas, nádegas e cóccix do paciente;  posicionar a comadre e virar o paciente em decúbito dorsal, fazendoo ficar com a genitália e períneo sobre a comadre; realizar higiene íntima do paciente (ver técnica de lavagem externa);proceder à arrumação da cama com paciente acamado; vestir o paciente;colocar o lençol de cima sobre o que está cobrindo o paciente e retirar o de baixo; deixar o lençol de cima solto, fazendo uma dobra Sobre os pés; recompor a unidade; retirar as luvas; lavar as mãos; fazer as anotações no prontuário.  


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

CRESCIMENTO INTRA-UTERINO

CRESCIMENTO INTRA – UTERINO I. Conceito. As mais importantes e interessantes mudanças no crescimento e desenvolvimento aconteçam antes do parto. A transformação do ovo fertilizado em embrião, e feto, a gênese do sistema nervoso, as transformações psicológicas dos pais durante a gestação – com tantas modificações muitas coisas podem dar errado. O crescimento, do ponto de vista biológico, refere-se à alteração da forma, tamanho e funções celulares. Teoricamente, ele deve ser estudado desde o momento da fecundação do óvulo até a velhice, pois o crescimento celular ocorre durante toda a vida de um indivíduo. O útero e permeável para os efeitos sociais e do médio, para a desnutrição materna, abuso de álcool, nicotina, e drogas ilegais, e também para a trauma psicológica. A época em que acontece o crescimento intra-uterino é de vital importância para o ser humano. Agora a velocidade de crescimento e máxima. No curto período que vai da concepção até o momento da implantação no útero, o ovo apresenta várias divisões celulares, de modo que, ao implantar-se, já possui 150 células. Ao final da 8ª semana após a fertilização (cerca da 12ª semana de gestação), o produto passa de uma línea muito importante, enquanto termina o período embrionário e o concepto já apresenta a forma humana com braços e pernas, um coração que bate e um sistema nervoso que mostra sinais de início de respostas reflexas ao estímulo táctil. É neste período, de maior velocidade de crescimento, que os riscos externos (agentes infecciosos, malnutrição materna, uso pela mãe de tabaco e outras drogas, insuficiente irrigação placentária, enfermidades maternas, entre outros) de agressão para o feto são maiores, mais graves e com repercussões mais generalizadas. No exame clínico da gestante, a altura do fundo de útero para a idade gestacional é uma das medidas de importância para avaliar o crescimento do feto. A sua medida padronizada, seriada e comparada com um padrão de crescimento de peso para idade gestacional permite detectar crianças de risco. Valores abaixo do percentil 10 da referência aumenta em 3,5 % o risco de retardo de crescimento intra-uterino. A associação da altura uterina com o ganho de peso materno durante a gestação tem uma sensibilidade de 75% para predizer bebês pequenos para a idade gestacional. No caso desses dois indicadores apresentarem valores abaixo dos limites padronizados como de normalidade, a gestante deve ser referida para um nível de maior complexidade assistencial. II. Fatores que influenciam o crescimento. O crescimento é um processo biológico, em qual acontece o aumento a multiplicação das celulas, cujo efeito final e o aumento do tamanho corporal. Todo indivíduo tem potencial próprio de crescimento, mas ele pode ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido desde a concepção até virar adulto. Portanto, pode se dizer que o crescimento sofre influências de: Fatores intrínsecos o genéticos, o metabólicos o malformações, São efeitos muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas; Fatores extrínsecos (ambientais): o A alimentação, o A saúde, o A higiene, o A habitação o Cuidados gerais com a criança Os estímulos ambientais têm influência tanto no período pré-natal como no pós-natal. A divisão celular do embrião é maior durante as oito primeiras semanas, sendo determinada pelo conteúdo genético do organismo em formação. No período pré-natal, condições como o diabetes materno mal controlado, o uso de algumas drogas, a exposição à irradiação e as infecções congênitas, podem levar a más-formações que trazem morbidade ao feto e ao recém-nascido. Após o nascimento, o meio ambiente exerce influencia significativa. Exemplos: o A baixa estatura encontrada em crianças com problemas na afetividade e vítimas de violência doméstica. Nesta situação, também conhecida como "baixa estatura de causa psicossocial", existe não só atraso no crescimento, mas também no desenvolvimento ósseo, neuro-psicomotor e emocional. o A aceleração do crescimento e desenvolvimento em grandes centros urbanos, representada não só por uma estatura mais elevada, como também por uma maturidade biológica alterada (menarca precoce). Os estímulos ambientais diversos exerçam influência no sistema límbico e hipotálamo, alteram a fisiologia da secreção hormonal e a sensibilidade dos órgãos efetores (órgãos que sofrem a ação dos hormônios).Sabemos que as doenças intercorrentes, principalmente as crônicas, como estados inflamatórios, cardiopatias e desnutrição, trazem um prejuízo enorme ao crescimento, que não se processa de forma adequada. O banal efeito da restrição ao leito também leva a desordens no balanço protéico e à perda óssea. Apesar de o estresse agudo ser prejudicial ao crescimento, geralmente, após a cura da enfermidade, a criança compensa o déficit transitório no seu ganho em altura. A carga genética e um plano de fundo essencial em qual acontece o crescimento de um conceito, mas um dos mais importantes parâmetros e constituído das condições gerais do médio em qual esse crescimento acontece. A própria altura final do indivíduo é o resultado da interação entre sua carga genética e os fatores do meio ambiente que permitirão a maior ou menor expressão do seu potencial genético. A) O fator nutricional (a alimentação) A energia derivada das calorias da dieta é aproveitada de forma significativa durante o crescimento e desenvolvimento. No primeiro ano de vida, cerca de 40% da energia é direcionada para o crescimento, caindo para 20% ao final. Os carboidratos, as proteínas e as gorduras devem ser ofertadas de forma balanceada e as necessidades calóricas devem ser obedecidas. A maior parte da energia ofertada e fornecida pelo hidratos de carbono e os lipídeos. o A proteína constitui-se em elemento fundamental no crescimento, tendo suas necessidades bastante aumentadas no primeiro ano de vida e infância e diminuindo gradualmente até a idade adulta. Síntese protéica significa crescer e determinar um balanço positivo de nitrogênio (componente dos aminoácidos). Recomenda-se que cerca de 1/2 a 2/3 da proteína ingerida seja de fonte animal. o Os carboidratos têm função quase exclusivamente calórica e representam cerca de 50% ou mais das calorias fornecidas. o As gorduras além de fornecerem grande quantidade de energia (1 g = 9 Kcal), veiculam vitaminas lipossolúveis (A, D, K e E) e são responsáveis pela sensação de saciedade e sabor da dieta. O ácido linoléico, um ácido graxo essencial (não sintetizado pelo organismo), é fundamental para o crescimento. Em uma criança, a gordura representa cerca de 12% do peso corpóreo. As gorduras servem para: 1. A formação das membranas celulares 2. A síntese de hormônios esteróides. Os minerais de maior importância para o crescimento incluem: 1. O cálcio 2. O fósforo 3. O magnésio (metabolismo ósseo) 4. O potássio, íon principal no interior das células que estão expandindo-se e dividindo-se 5. O ferro, importante na hemoglobinização das hemácias e conseqüente transporte de oxigênio (a anemia é causa de atraso no crescimento) 6. O iodo, importante para função da glândula tireóide, uma vez que a diminuição da tiroxina e triiodotironina leva a retardo mental e diminuição da velocidade de crescimento. Vitaminas 1. A vitamina C, necessária para a manutenção da substância intercelular do tecido conjuntivo, ossos e dentes 2. A vitamina A, por regular a atividade osteoblástica e atuar na proliferação do endotélio na zona de ossificação 3. A vitamina D, por atuar no metabolismo do cálcio e fósforo influenciando na mineralização óssea, são elementos fundamentais, tendo a sua deficiência prolongada um impacto catastrófico no crescimento do indivíduo. B) Atividade Física A atividade física é importante no processo do crescimento e desenvolvimento, pois atua beneficiando itens como a velocidade, flexibilidade, equilíbrio, contração e relaxamento muscular, coordenação, além de estimular ou melhorar qualidades biopsicossociais como força de vontade, concentração, coragem, confiança e solidariedade. A prática esportiva promove um avanço na idade óssea em relação à cronológica. As atividades que envolvem competição não devem ser estimuladas sob o risco de aparecimento de desordens osteoarticulares, alterações comportamentais (tiques, enurese), hipertrofiam cardíaca, crescimento desigual de membros etc. Além disso, a criança não possui ainda uma personalidade formada, um controle de sua agressividade e uma estabilidade emocional, que permitam o seu envolvimento com esportes agonísticos (competitivos). Estes estão reservados para os adolescentes com idade óssea (importância fundamental) superior a 14 anos. Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos fatores ambientais é muito mais importante do que a dos fatores genéticos para expressão de seu potencial de crescimento. Os fatores genéticos apresentam a sua influência marcada na criança maior, no adolescente e no jovem. O crescimento durante a gravidez pode ser avaliado ate o quinto mês pela formula L= V x 2, aonde o L e o cumprimento e o V a idade fetal. Depois o quinto mês ele pode ser calculado usando a formula L = V x 5. III Curvas de crescimento intra – uterino. A antropometria é essencial para a avaliação clínica adequada do crescimento e estada nutricional. A avaliação nutricional de recém-nascidos, principalmente prematuros, visa a detecção precoce de um crescimento anormal, implicando em mudança de terapia ante e pós-natal, objetivando reduzir a morbimortalidade neste período. Para se estimar com maior precisão o risco de um recém-nascido apresentar determinada doença ou morrer são necessárias avaliações de variáveis como: 1. Peso, 2. Comprimento, 3. Perímetros cefálicos e braquiais 4. Peso da placenta, Tudo se associando à idade gestacional. A partir disto, avalia-se o neonato através de curvas de crescimento fetal. O estudo do crescimento fetal na espécie humana é teoricamente impossível; seria necessária uma medida precisa do peso fetal “in útero" durante a vida fetal. Com a metodologia disponível atualmente, torna-se muito difícil conhecer o crescimento embrio-fetal normal. Assim, o diagnóstico do crescimento fetal normal se baseia na comparação de medidas antropométricas do RN problema com as curvas de crescimento intra-uterino obtida de RN vivos de diferentes idades gestacionais (estudos transversais) considerados "normais" por provirem de gestações sem patologias detectadas. Embora não seja possível a obtenção de curvas de velocidade de crescimento com estes estudos, ele provê uma estimativa razoável do crescimento fetal As curvas de crescimento fetal são de grande importância, pois colaboram para a melhor compreensão do crescimento pós-natal, servem para a detecção de crianças com déficits de crescimento e também ajudam a desenhar futuros estudos de intervenção. As curvas de crescimento fetal, em geral, utilizam os percentis. Os percentis 10 e 90 formam os limites inferior e superior da faixa de "peso normal" em uma das classificações mais utilizadas, que é a de BATTAGLIA e LUBCHENkO, enquanto outros autores usam os percentis 3 e 97 ou 5 e 95 como limites inferior e superior do peso de nascimento. Essas curvas não são, na maioria das vezes, verdadeiramente curvas de crescimento intra-uterino, pois elas não representam medidas seriadas do peso, comprimento e perímetro cefálico do feto, mas, sim, dados de cortes transversais de RN de idades gestacionais variadas, com pontos conectados para criar uma curva suave. Elas são construídas com dados de crianças que nasceram a cada idade gestacional, admitindo-se, portanto, que o peso de uma criança ao nascer seria igual ao que ela teria dentro do útero, nesse mesmo instante, se sua gestação prosseguisse até uma época posterior. Essa abordagem pode ser incorreta, pois o nascimento "prematuro" pode ser acompanhado de alterações fetais, maternas ou útero-placentário, que também poderiam influir sobre a qualidade do crescimento intra-uterino. CURVAS DE CRESCIMENTO INTRA-UTERINO 1. CURVA DA PLACENTA 2. CURVA DE CRESCIMENTO 3. CURVA DE PESO 4. CURVA PONDERAL 5. PERIMETRO CEFALICO IV. Classificação do RN segundo seu padrão de crescimento intra – uterino Classificação nutricional do recém-nascido 1. Classificação do RN pelo peso de nascimento (PN): 2. Classificação do RN pela idade gestacional (IG): a) IG materna, segundo a regra de Naegele, que determina a gestação normal em 280 dias, de acordo com a data da última menstruação; b) IG avaliada por método ultra-sonográfico, realizado até a 12ª semana de gestação; c) cálculo pós-natal da IG, usando-se avaliação clínica, com dados antropométricos, Exame físico e neurológico, aplicando-se, então, os métodos de CAPURRO, DUBOWITZ, NEW BALLARD, etc. Na determinação da IG, os critérios acima descritos devem ser utilizados em ordem crescente, de forma que, perante uma IG materna confiável, os itens b e c poderão ser desconsiderados. Método de Capurro O escore de Capurro avalia a textura da pele, tamanho da glândula mamária, coloração da aréola, formato da orelha e pregas da planta dos pés. Extremamente fácil - Válido para RN > 30 semanas (>1500g) - Pode ser realizado na sala de parto (Método Somático)- Método Somático: 5 caracteres físicos (pontos + 204) r=0,88 com a DUM → Textura da Pele; Forma da Orelha; Glândula mamária; Formação do mamilo; Pregas Plantares - Método Somático – Neurológico: 4 caracteres físicos e 2 neurológicos (pontos + 200) r= 0,90 com a DUM → textura da pele; forma da orelha; glândula mamária; pregas plantares → Sinal do Xale; Posição da cabeça ao levantar o RN Método de New Ballard - pode ser usado em prematuros e ideais entre 12 e 20 horas AIG – Adequada para Idade Gestacional ENTRE 10 E 90 PIG – Pequenos para Idade Gestacional MENOS DE 10 GIG – Grandes para Idade Gestacional MAIS DE 90 relacionado com DMG 1- Assimétrica - o crescimento da cabeça é relativamente poupado. Associa-se à nutrição materna deficiente ou início tardio ou exacerbação de doença vascular materna. 2- Simétrica - são afetados igualmente perímetro cefálico, comprimento e peso. Associa-se a doenças que afetam o número de células fetais (distúrbios cromossômicos, má-formações, teratogênese ou hipertensão arterial materna intensa). A identificação da maturidade fetal e neonatal tornou-se um indicador preciso de risco perinatal. Os obstetras utilizam vários métodos para determinar a idade gestacional (história menstrual, altura do fundo do útero, presença dos primeiros BCF, exames ultra-sonográficos, determinação de substâncias no líquido amniótico e do Teste de Clemens- relação lecitina/ esfingomielina do líquido amniótico). Após o nascimento, o pediatra lança mão do exame físico, somático e neurológico para a avaliação da maturidade neonatal. A seguir, descreveremos as características físicas do recém-nascido, demonstrando as alterações que ocorrem semanas após semanas, até o nascimento: 1. Verniz caseoso - surge entre 20 e 24 semanas. Começa a diminuir em torno de 36 semanas, desaparecendo com 41 semanas. Embora a quantidade presente ao nascimento seja correlacionada com a idade gestacional, isso pode ser modificado pela nutrição fetal. 2. Pregas plantares - entre a 32 e 34 semanas de gestação uma única prega transversa anterior está presente. Com 37 semanas, dois terços da planta apresentam pregas, e com 41 semanas, o calcanhar encontra-se enrugado. 3. Descamação da pele - ocorre mais comumente no pós-termo 4. Coloração e textura da pele - com 37 semanas os vasos são visíveis. A deposição de gordura que ocorre entre a 36-40 semanas, dá à pele uma aparência arredondada. 5. Lanugem - surge em torno da 20" semana da gestação. Em torno da 28 semanas, começa a desaparecer na face e na parte superior do tronco e, a termo, ainda costuma estar presente nos ombros. 6. Cabelos - surgem a partir de 20 semanas. 7. Olhos - as pálpebras se fundem no terceiro mês de vida e só reabrem entre 28-30 semanas. 8. Orelhas- antes de 34 semanas são formadas por uma espessa dobra de pele, de pequeno formato sem cartilagem. Com 34 semanas, elas ganham turgor, sendo observada a formação da cartilagem. Nessa fase, as orelhas começam a encurvar-se pela parte superior. Na 40" semana, o encurvamento é total, do topo ao lobo, com as orelhas apresentando consistência fIrme, mantendo-se saliente na cabeça. 9. Desenvolvimento mamário - a aréola começa a fazer relevo em torno da 34" semana. Na 36-a semana, um nódulo mamário de 1-2 mm pode ser palpado. Este aumenta semana a semana, até atingir 10 -12 mm. 10. Genitália: a. Masculina: o início da descida dos testículos para o abdome ocorre na 28° semana. Na 37° semana, encontram-se na parte superior da bolsa escrotal. Com 40 semanas descem completamente. b. Feminina: no início da gestação, o clitóris é proeminente e os grandes lábios são pequenos. Com 40 semanas, coincidentemente com a deposição de gordura, os grandes lábios aumentam, cobrindo os pequenos lábios e o clitóris. Através do escore de Dubowitz, os critérios físicos externos e os critérios neurológicos são utilizados para estimar a idade gestacional ao nascimento. A avaliação neurológica nem sempre é fidedigna, e pode variar em relação ao estado da criança (choro, sono tranqüilo, etc.). Devido à complexidade do escore de Dubowitz, Ballard idealizou um método de avaliação amplamente utilizado, que consiste em seis parâmetros de maturação neuromuscular somados a seis características físicas. 3. Classificação do RN por PN e IG: é realizada através das curvas de crescimento fetal, de acordo com as diferentes idades gestacionais, usando-se o critério de percentis. 4. Classificação do recém-nascido pela relação entre o peso de nascimento e o peso no percentil 50 da curva de crescimento fetal (para a mesma idade gestacional). Inicialmente, essa relação, também chamada de Critério de Kramer, foi usada para mostrar o retardo de crescimento intra-uterino. Relações abaixo de 0,70 revelavam um importante agravo nutricional. Atualmente, também utilizamos essa classificação para a adequação nutricional do RN, a saber: Antropometria Avalia as relações entre crescimento fetal intra-uterino, estado nutricional e morbimortalidade perinatal, predizendo a evolução pós-natal.Ao nascimento, a antropometria tem uma relação direta com a qualidade do crescimento fetal; posteriormente, em avaliações seriadas, mostra o crescimento pós-natal e avalia a terapia nutricional10. Peso: O peso de nascimento varia com a idade gestacional, o estado nutricional e hidroeletrolítico materno e do RN, sendo considerado o gold standard para a avaliação do crescimento perinatal e sua alteração mostra distúrbios perinatais agudos e crônicos. Sua mensuração deve ser feita uma a duas vezes por dia e o RN com oferta nutricional adequada deve crescer de 20g a 40g por dia, conforme as curvas de crescimento intra-uterino. Vale à pena lembrar que os RN apresentam uma perda de peso "fisiológica" nos primeiros 7-10 dias, que varia de 10% a 20%, sendo inversamente proporcional à idade gestacional. Comprimento: Essa medida reflete o potencial do crescimento e sofre menor influência perante uma nutrição fetal inadequada, além de não se alterar com o estado de hidratação. Deve ser realizada ao nascimento e, posteriormente, uma vez por semana, esperando-se crescimento de 1cm por semana, conforme a comparação com as curvas de crescimento intra-uterino. Perímetro cefálico: A medida do perímetro cefálico (PC), até os seis meses de idade, tem relação direta com o tamanho do encéfalo e o seu aumento proporcional indica crescimento adequado e melhor prognóstico neurológico. A medida antropométrica é a menos afetada por uma nutrição inadequada e é a primeira a crescer quando se atinge uma oferta protéico-calórica ideal. Espera-se crescimento de 1 cm por semana, conforme a comparação com as curvas de crescimento intra-uterino. A primeira medida, normalmente realizada entre 6 e 12 horas de vida, necessita de confirmação, 48 a 72 horas após, devido à acomodação dos ossos do crânio. Dobras cutâneas: A avaliação seriada dessa medida antropométrica promove uma estimativa da quantidade e da incorporação de gordura. No período neonatal, utilizam-se as dobras bicipital, tricipital, salientando-se que a presença de edema pode alterar a aferição, porém já existem técnicas que minimizam esses erros. Atualmente, já existe padrão de comparação das dobras por idade gestacional, porém é uma técnica mais laboriosa, necessitando de três aferições e depende de treino do observador. Perímetro braquial: Essa aferição antropométrica avalia a massa muscular e a quantidade de gordura do braço. É uma técnica fácil de ser aplicada e tem relação direta e linear com o status nutricional do RN. Já existem curvas que relacionam o perímetro braquial com o peso e a idade gestacional, confirmando a relação diretamente proporcional à idade gestacional. Em RN pré-termo, é uma medida mais acurada do que o peso e o comprimento, quando em avaliações seriadas. Relação perímetro braquial e cefálico: Essa fração fornece informações sobre a proporcionalidade do crescimento e tem uma relação linear e direta com a idade gestacional. Ao nascimento, ela representa a nutrição fetal, portanto, tendo uma relação com a morbidade perinatal, principalmente diante do retardo de crescimento intra-uterino. Sua avaliação seriada reflete o aporte calórico-protéico neonatal. Índice ponderal: A melhor maneira para avaliar a relação entre peso e comprimento é através do Índice Ponderal (IP) Este tipo de cálculo este mais fidedigno para se demonstrar a desnutrição intra-uterina. A) IP entre os percentis 10 e 90: RNPIG simétrico ou proporcionado ocorre na desnutrição materna crônica. B) IP menor que o percentil 10: RNPIG assimétrico ou desproporcionado ocorre na desnutrição intra-uterina aguda. A importância dessa classificação reflete-se na evolução dessas crianças, pois os RNPIG proporcionados podem cursar com déficit pondo-estatural e do desenvolvimento neuropsicomotor. CONCLUSOES: 1. No exame clínico da gestante, a altura do fundo de útero para a idade gestacional é uma das medidas de importância para avaliar o crescimento do feto. 2. As condições em que ocorre o crescimento, em cada momento da vida da criança, incluindo o período intra-uterino, determinam as suas possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento, dotado por sua carga genética 3. As curvas do crescimento intra-uterino não representam medidas seriadas do peso, comprimento e perímetro cefálico do feto, mas, sim, dados de cortes transversais de RN de idades gestacionais variadas, com pontos conectados para criar uma curva suave. 4. A atividade física é importante no processo do crescimento e desenvolvimento, pois atua beneficiando itens como a velocidade, flexibilidade, equilíbrio, contração e relaxamento muscular, coordenação, além de estimular ou melhorar qualidades biopsicossociais como força de vontade, concentração, coragem, confiança e solidariedade 5. A melhor maneira para avaliar a relação entre peso e comprimento é através do Índice Ponderal. BIBLIOGRAFIA: 1. AZCUE, M. P.; PENCHARZ, P. B. Diagnóstico Nutricional. 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